04 abril, 2007

...palavras,
um monte.
como se alguém,
tivesse jogado um punhado delas,
aqui dentro ,
e chacoalhado minha cabeça,
com força.
e me deixado virada,
acontece também com idéias,
mas hoje só com palavras.
Verbos,
adjetivos,
pronomes e afins.
Todos juntos,
misturados,
sobrepostos.
É preciso organizar tudo.
Escrever.
Montar com o embolado de palavras,
frases subordinadas,
assindéticas,
revelar sujeitos ocultos,
esconder determinados,
transformar passivas em ativas,
refazer.
MUDAR.
tem dias em que escrever,
torna-se coisa difícil.
Dias em que palavras emboladas,
custam a voltar pro lugar.
MAS O QUE FAZER?
O que se pode fazer
quando organizadas as palavras,
se percebe que no fim do caminho-errado,
existe um buraco daqueles bem grandes?
Quando você se dá conta
de que tudo o que sempre achou
que merecesse um outro destino
deve terminar mesmo dentro dele?
O que se faz quando se percebe
que todos as placas e retornos ficaram para trás?
Quando se descobre que os últimos desvios da estrada
ficaram há muitos quilômetros?
difícil não sentir-se impotente
mas um pouco aliviado por,
pelo menos,
ter se dado conta dos rumos-errados.
Difícil mesmo é reconhecer
que você quase sempre é culpado pela viagem
e que certas coisas da vida
se fazem com destino ao grande buraco!

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