Não choro.
Não choro porque,
no fundo,
eu não te conhecia.
não choro porque,
mesmo sabendo que você
sempre esteve por perto,
eu saí várias vezes à sua procura.
Porque, mesmo tendo a certeza
de que podia me ouvir,
do outro lado,
eu gritei pelo seu nome,
tentando te encontrar de verdade.
Porque sonhei,
por noites,
que você apertava a minha mão,
mas agora...
não choro porque sinto sua falta há muito tempo.
Porque, para mim,
esta manhã de outono não muda nada.
perco você como essas árvores,
que vejo pela janela,
derrubam suas folhas,
sabendo que não irão morrer por causa disso.
Que elas irão cair pela calçada,
e voar com o primeiro vento do fim de tarde,
sem fazer falta.
Sem matar a planta.
Faz parte do ciclo,
da estação.
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Hoje descobri que errei mais uma vez,
na ânsia de não te perder,
eu fechava você, entre os dedos,
lhe apertava no meio das mãos,
sem saber que toda a força poderia ter outro efeito.
Como quando exageramos na quantidade de água,
achando que o transbordar do vaso fortalece a planta.
Esquecendo que o encharcar da terra apodrece o broto.
Enfraquece a raiz.
Eu tentei lhe proteger,
sem lembrar que você precisava de ar...
eu precisei que você murchasse,
pra saber que amor demais também pode matar.
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