Em 13 de maio de 2003, assim escrevi:
Acredito até que nem devesse lhe escrever mais,
porém, no meu entender, cada ser humano
faz dos seus próprios problemas
os maiores e mais importantes problemas do mundo.
Não costumo deixar que meus algozes
tripudiem sobre a minha carne esmorecida.
Não tenho como hábito resolver meus problemas fugindo deles,
e conforme te disse, todos nós temos o livre arbítrio,
ou seja, podemos seguir esse ou aquele caminho.
Fugir, transformar um braço de rio num oceano,
ou semear vento para colher tempestade.
Vou precisar usar de muita força aqui, agora,
para lhe escrever talvez as minhas últimas palavras,
minhas últimas idéias.
Não poderia deixar de fazê-lo, mediante a situação que me cerca.
Nunca acreditei que pudesse criar um mundo paralelo ao meu.
Mas criei. Esse mundo surgiu junto com a sua existência na minha vida.
Não posso negar que foi um momento único,
mas, que por um instinto qualquer, eu já imaginava que seria jogada no chão.
Minha vida não gira em torno do meu próprio umbigo,
sempre tive a feia mania de pensar nas pessoas
assim como penso em mim.
Não fazendo às pessoas o que eu não gostaria que elas fizessem comigo.
Doutrina? Não sei. Sempre gostei de ajudar as pessoas,
sempre tive o hábito de deixar de ter para dar ao próximo.
Coisa minha, muito individual.
E foi nesse barco que naveguei por esses dias,
até que uma tempestade me jogasse para fora da embarcação.
Mais uma vez eu digo.
Não julgo as pessoas para não lhes dar o direito de me julgar.
Deveria ter percebido que nem o maior sentimento do mundo,
o maior amor do mundo, não sucumbiria a um enfrentamento.
É bom que nossos sentimentos quando em vez
sejam colocados à prova.
Ou para nos certificarmos de que ele é realmente forte,
ou para nos desapontarmos ao vermos quão fraquinho ele é.
Eu já imaginava que você não estaria disposto a me ajudar
quando se tratasse de demonstrar
que realmente se está ao lado, e não do lado.
Certa vez você me disse:
“quero ver se quando eu precisar eu terei mesmo o seu ombro pra me apoiar...”
Ou ainda: “viveremos juntos um dia?”
São palavras.Palavras são plumas, voam com o primeiro ventinho,
com a primeira ameaça de turbulência.
Sou fraca. Uma pessoa muito fraca e me deixo encantar com muita facilidade.
Não estou aqui para te condenar, longe de mim, fazer isso.
Quero apenas deixar bem claro para você que hoje,
estou me tornando uma pessoa mais forte que ontem.
E aí me pergunto, onde foi que eu errei?
Que bruxaria foi essa que me fizeram
e onde estava a minha razão quando permiti que ela me atingisse?
Desci ao mais profundo dos abismos.
Nas maiores profundezas estão também as maiores belezas,
mas há também muitas aberrações.
O tempo.
Quem aqui precisaria de tempo?
É fácil demais.
Passa-se uma borracha numa história
como se ela não houvesse existido.
Não sei de você, mas, minhas histórias
são escritas a tinta, para durarem mais.
Para serem mais fortes ao tempo. Para se perpetuarem.
De tudo o que você me deu, e escreveu não sobrou sequer uma linha.
Aconselho a você que faça o mesmo.
Que não guarde de mim, sequer um sinal.
Você vai ficar sim, aqui dentro de mim,
e você sabe o quanto me marcou.
Talvez nem consiga esquecer que tudo aconteceu um dia.
Não resistimos, não fomos suficientemente fortes
para resistir a tamanho problema.
Vou guardar seu sorriso, seu olhar, seus carinhos.
Um dia, bem lá na frente, quando a poeira assentar,
como você disse, talvez haja alguém ainda de pé,
pra contar o que aconteceu.
Se for você, e quiser me olhar nos olhos e dizer:
_Oi, ainda estou aqui!
Saiba que juntarei todos os meus cacos, que é o que me tornei hoje,
e voltarei a ter esperança de que ainda vale a pena viver um grande amor.
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Interessante,
mais de quatro ano depois, a história se repete!
Novos personagens, mesma situação...
Maio nunca foi um bom mês para meus relacionamentos,
seria uma coincidência? Um alerta?
3 comentários:
A história se repete...pior ainda quando são com os mesmos personagens.
Não creio que o problema seja o mês, querida, muito menos a entrega. O problema é a intenção.. o deslumbramento que deixa cego e não vê o real. O problema é a construção de um sonho, uma ilusão, sem ver realmente o que está do outro lado. É criar a fantasia no que o outro diz, fazendo-o perfeito e o "The One".
A idelaização é o problema.
Desculpe se acho errado.
Beijos
Nunca achei uma boa idéia tentar colar cacos de cristal Bacará quando se quebra.
Mas entendo perfeitamente que certas pessoas tornam-se "ideais de felicidade".
Se ele ainda a ama, vale mesmo a pena tentar de novo.
Mas sem pé atras e sem reservas de nenhuma espécie.
Só assim o cristal torna-se reluzente e inteiro como antes.
Beijos, garotinha.
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