Perdido em mim,
perdida nele.
Nada que se nos defina,
que nos rotule,
que nos obrigue,
que nos prenda.
Ata-me, e solta-me.
Somos dois, e um, em cada um.
Santos, pecadores,
assanhados , escrachados,
púdicos e lúdicos.
Somos terra, e água,
e vento e sol.
E somos chuva ,
tempestade,
trovão e farol.
Dele, sem a ele pertencer.
Meu, sem que a mim pertença.
Do mundo, da vida, somos.
E só.
Beijo molhado, sexo suado.
Colo sonhado, carinhos trocados.
Olhares, muitos.
Meu sorriso no olho dele.
O olho dele na minha boca.
As palavras que não são ditas,
o abraço cúmplice que diz tudo.
A paz que mereço
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«Mas já que se há de escrever,
que ao menos não se esmaguem
com palavras as entrelinhas.»
Clarice Lispector
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