09 novembro, 2007

Poderia te falar do tempo...
De como está o vento...
Do verão que não está certo.
Poderia te falar do meu tempo,
do que já passou e do que virá...
se vier...
Poderia te falar de como o fim pode estar perto.
Mas nada disso quero te dizer...
Te peço só um minuto
antes de me fechar a porta pela última vez.
Te peço só um quarto...
de minuto para te dar um beijo...
E te deixar de vez com o seu tempo!

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"Teremos, em comum,
alguns dias de desabituação;
ao longo destes últimos meses
fomos aprendendo a desamarmo-nos,
trilhando o percurso inverso
ao que percorrermos no início,
regredindo;
tentamos reconquistar as nossas individualidades,
recuperar os pedaços que cada um cedeu( ou emprestou?)
para a construção do nosso amor;
pedaços de eu, que formaram um nós.
Mas o nós morreu e há que realizar o funeral,
enterrar o cadáver bem fundo,
para que o cheiro não nos sufoque.
É o que começamos a fazer,
há pouco: o nosso funeral.
E agora, teremos esses dias:
para nos habituarmos a estar vivos."

Os mundos separados que partilhamos
***Paulo Kellerman***