Perdi-me nos segundos que pareceram anos,
Que se esticaram,
escorregaram e quase me fugiram das mãos.
Depois de você o tempo mudou.
Hoje não o reconheço,
Talvez ele também já não saiba quem eu sou
Nos tornamos dois estranhos,
Dois infelizes desconhecidos,
Obrigados a partilhar o mesmo espaço,
A mesma vida,
Os mesmos silêncios envelhecidos,
Alimentando-nos de um único e triste cansaço.
Adormecemos na mesma cama, mas nunca nos tocamos.
Acordamos lado a lado, mas jamais nos olhamos.
Nada nutrimos um pelo outro.
Estamos unidos por uma cômoda indiferença...
Ele, vai passando por mim sem fazer perguntas,
E eu, limito-me a ir consentindo a sua presença...
Mas sim, o tempo é doutor para todas as curas,
mestre para todas as artes.
Nada como o tempo para curar feridas,
fazer com que as lembranças se apaguem...
Nada como o tempo, para também,
assim como nos leva,
trazer de volta,
tudo que amamos e queremos!
Pois bem, Senhor Tempo,
curvo-me às suas previsões:
Nada mudou no retorno...
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