AMOR ABSOLUTO

Hoje farei apenas um desabafo:
Vejam bem, esse blog,
nunca chegou a ser um diário mas,
tem alguns momentos,
que a gente precisa rasgar o verbo!
Inicio de ano é sempre assim:
Contas pra pagar.
A calculadora acusa:
Você exagerou
Não economizou
Não administrou gastos
Não cortou custos
Não fechou a mão
E daí?
Estou feliz "pra burro"
(Mulher é um bicho burro!)
Mesmo no vermelho
Tenho meu pé de coelho
E você pra dividir
Pizzas na promoção
Juras e Juros
Quem vai pagar a conta?
Ainda bem que te amar é de graça!
Mesmo que o meu coração financie seus sumiços,
sua falta de tempo,as minhas lágrimas ocasionais...
Mas vá lá...eu poderia te arrancar da minha vida!
Eu poderia. Claro que eu poderia.
Mas não nasci assim.
Não gosto do futuro do pretérito.
Eu gosto de tempos simples. Nomes simples.
Pessoas simples. Eu gosto do presente. Do agora.
Do meu presente imperfeito.
Sei que meu tempo não está na gramática.
Sei que meu desejo está fora da regra.
Mas está em mim. Esse é meu tempo.
Meu verbo é sentir. E eu sinto. Sinto muito.
E sei que tu sentes.
E eles - que nem sei quem são - também sentem.
Te pergunto: porque não conjugamos a vida
de uma forma diferente só pra variar?
Porque não nos damos as mãos
e nos tornamos clichês de livro de auto-ajuda?
Eu gosto da idéia.
Nosso tempo depende de nós.
Não vou dizer: nós poderíamos.
Muito menos: se nós pudéssemos.
Isso é celebrar o medo, a angústia.
Conjugar o verbo desistir, que já foi tirado da lista.
E - cá pra nós - a gente não vai desistir.
Vai?
A gente não desiste. Não tão fácil!.
Eu sei que dá vontade.
Eu sei que ninguém acorda feliz todo dia.
Mas nós precisamos.
Eles precisam.
Eu preciso.
Preciso de você...
Preciso acordar e acreditar.
Entende? Por isso, pelo menos hoje, vamos fazer um trato.
Quem sabe a gente acostuma?
Vamos esquecer os passados-perfeitos.
Vamos parar de pensar no futuro-mais-que-perfeito
que você (nem eu) conseguimos enxergar.
Vamos olhar o outro que está ao nosso lado,
abrir o coração
e dizer com toda a cara de pau do mundo:
Nós podemos. E ponto final.
Dane-se se for paralelo!